Na segunda-feira 9 de Julho teve lugar, no Espaço Integral da Minga, uma conversa sobre moedas locais, criptomoedas e economias circulares. A conversa foi orientada por Sandra Coelho, que está a fazer investigação de doutoramento sobre cripto-economias e cuja partilha bebeu em grande parte de uma etnografia feita recentemente no núcleo local da Faircoop em Milão.

A Sandra começou por explicar o que define as cripto-moedas, que é a tecnologia que as suporta, o protocolo do blockchain. Apresentou o panorama actual das cripto-moedas, fenómeno que já evoluiu muito além do bitcoin que lhe deu a (má) fama. Falou brevemente da forma como as grandes instituições financeiras estão a experimentar formas de integrar a tecnologia do blockchain, mas sobretudo de algumas alternativas que surgiram, nomeadamente o faircoin e o freecoin. Estas experiências foram largamente discutidas, tendo sobretudo em vista a sua eventual utilidade no contexto local de Montemor-o-Novo, onde a Rede Cidadania está actualmente a promover a implementação de uma moeda local. O ponto de partida foi o caso da Faircoop, uma cooperativa global que recorre a criptomoedas e outras ferramentas digitais para apoiar núcleos locais de economia circular.

Foi uma conversa proveitosa e útil, que depois do verão esperamos que tenha seguimento com outra conversa sobre formas de investimento colectivo. Fica aqui um agradecimento à Sandra Coelho pela partilha.

Sandra Coelho estudou jornalismo e cooperação para o desenvolvimento, dois projectos falhados profissionalmente mas importantes para o molde. Trabalhou alguns anos no sector cultural em Montemor-o-Novo como produtora e está actualmente a fazer a sua pesquisa de doutoramento sobre cripto-economias no contexto pós-crise financeira.