Mundo Minga
Da Minga ao Movimento Cooperativo | De Montemor-o-Novo ao Mundo
É preciso decrescer para viver melhor?
A reflexão sobre decrescimento e cuidado juntou no dia 8 de Fevereiro cerca de meia centena de pessoas em Montemor-o-Novo. De manhã juntámo-nos no Mercado Municipal; quando a chuva impediu continuar o encontro passou para a Pastelaria Espiga Real, a quem agradecemos o improvisado acolhimento. Durante a manhã foram apresentados os projectos locais da Rede de Cidadania de Montemor-o-Novo (por Teresa Pinto Correia e Pascale Millecamps), da Cooperativa Integral Minga (por Jorge Gonçalves), e da Oficinas do Convento (por Tiago Fróis, que falou entre outros do trabalho desenvolvido em Casa Branca por esta associação). Foi ainda apresentada a Rede para o Decrescimento, por Álvaro Fonseca.
Após estas primeiras apresentações seguimos a pé, passando pelo centro histórico da vila para ir ao Café Tobias, onde nos esperava o almoço preparado pela Dona Olinda. Seguiu-se uma visita à loja da Cooperativa Minga. Durante o tarde, o café acolheu as 54 pessoas participantes, umas a título individual, outras representando 14 organizações distintas, que reflectiram sobre práticas ligadas ao decrescimento e ao cuidado que nos permitem viver melhor, com base nos resultados de uma investigação sobre este tema trazidos por Graça Rojão (Universidade da Beira Interior e CooLabora, Covilhã).
A sessão participativa da tarde teve início no largo Machado dos Santos, em frente do Café Tobias e da loja da Minga, com uma dinâmica de apresentação dos participantes. Seguiu-se no espaço contíguo ao Café Tobias a apresentação do projecto de investigação ‘Decrescimento e Cuidado nas iniciativas locais alternativas‘ por Graça Rojão. Tiveram então lugar duas dinâmicas participativas: a construção de mandalas de palavras ligadas aos conceitos de Decrescimento e Cuidado (facilitada pela Graça Rojão) e o trabalho em grupos com a metodologia de ‘World Café’. A partir da pergunta ‘É preciso decrescer para viver melhor?‘ fizemos duas rondas de conversa/registo em grupos, seguida de apresentações dos registos de todos os grupos (facilitada pela Pascale Millecamps). A sessão culminou num momento final de agradecimentos e de anúncios de iniciativas próximas.
Esta iniciativa foi co-organizada pela Cooperativa Integral Minga, Rede de Cidadania de Montemor-o-Novo e Rede para o Decrescimento (núcleo de Lisboa).
Graça Rojão é socióloga e membro da cooperativa CooLabora (Covilhã). Participa há mais de duas décadas em movimentos sociais e em iniciativas de base local. O trabalho de investigação que vem apresentar e discutir está a ser desenvolvido no âmbito de uma tese de doutoramento em sociologia na Universidade da Beira Interior, e estuda iniciativas locais em Portugal cuja intervenção reflete, implícita ou explicitamente, os objetivos do decrescimento e do cuidado.
A Rede para o Decrescimento (encontrodecrescimento@gmail.com) é um grupo informal de cidadãos que se reúne, desde Julho de 2018, em torno das ideias e práticas do Decrescimento. Actualmente tem dois núcleos activos, em Lisboa e no Porto. A Rede pretende divulgar e clarificar as propostas decrescentistas, comentar criticamente as iniciativas públicas ou empresariais com impactos ambientais, económicos ou sociais e divulgar, potenciar, ligar e promover o apoio mútuo de projectos e práticas alinhados com as premissas do Decrescimento.
A Rede de Cidadania de Montemor-o-Novo é uma rede de cidadãos aberta, diversa, democrática e apartidária, que pretende exercer a sua cidadania participativa para a construção de um futuro mais solidário, sustentável e próspero em Montemor-o‐Novo. Existe já há uma década, participando activamente na vida local montemorense. Entre outros, mantém uma banca no mercado municipal, promove o Banco de Terra e o KM0 local e deu origem à associação A.Mor, que tem como objetivo a criação, promoção e gestão de uma moeda local.
A Oficinas do Convento – Associação Cultural de Arte e Comunicação é uma associação cultural sem fins lucrativos, sediada há mais de duas décadas no Convento de S. Francisco, em Montemor-o-Novo. Tem por objectivo a divulgação, promoção, produção e formação no domínio das tecnologias ligadas à arte contemporânea, e trabalha activamente questões relacionadas com o património cultural e arquitectónico, sempre com uma clara preocupação em repensar as condicionantes do lugar para os converter em mais valias culturais para o habitante da cidade.
A Cooperativa Integral Minga foi fundada em 2015 com o objectivo de promover uma economia local, solidária e ecologicamente sustentável, agindo em todas as áreas necessários ao viver, desde a produção e consumo à habitação e energia. O nome da cooperativa decline o verbo minguar, aludindo à ideia de consumir menos e local, usar menos recursos de forma mais sustentável, decrescer.
Webinar ‘Como transitar para um modelo de economia circular?’
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