Teve lugar no dia 12 de Fevereiro primeira conversa de um novo ciclo organizado pela Minga, que juntou umas 20 pessoas no Espaço Integral Minga à volta do tema da permacultura.

A conversa foi orientada pelo Bernardo Sá-Nogueira. O Bernardo é biólogo de formação que enveredou pela aprendizagem e aventura a partir das éticas da permacultura, um pouco pelo mundo fora. Actualmente reside em Montemor-o-Novo e é um dos responsáveis pela Horta da Minga.

O Bernardo fez uma breve apresentação do que é e donde veio a permacultura. Permacultura significa “cultura permanente,” e não diz respeito apenas a hortas mas é todo um projecto social, regido por três “éticas”: cuidar das pessoas, cuidar da terra, e “fair share.” Este último termo refere-se à distribuição do excedente do nosso trabalho de forma justa, entendido num sentido de honestidade e senso comum. Descobrimos que é de difícil tradução: o mais correcto talvez seja “distribuição justa.”

Enquanto projecto social, a permacultura propõe-se intervir em sete campos de acção:

• maneio da terra
• economia e finanças
• saúde e bem-estar
• cultura e educação
• ferramentas e tecnologias
• espaço construído
• posse da terra

Para cada área deduzem-se princípios a partir das três éticas, como a auto-suficiência, o evitar de desperdícios ou a procura de soluções pequenas e lentas. Para aprofundar este tema, o Bernardo recomendou o site permacultureprinciples.com/pt.

Assim, as propostas da permacultura têm todo o interesse para a Minga enquanto cooperativa integral, e que por isso fará sentido aprofundar e aproveitar os saberes da permacultura dentro da cooperativa.

A partir da introdução a conversa desenvolveu-se com os contributos dos presentes. Falou-se muito do maneio da terra, e sobretudo da questão da água, que vai ser objecto de uma próxima conversa, mas também foram referidas outras e iniciativas que integram princípios da permacultura.

Obrigado ao Bernardo e demais presentes pela partilha!