Teve lugar, no dia 4 de Junho de 2018, uma Conversa sobre a Habitação no Espaço Integral Minga. A conversa foi orientada pela Tânia Teixeira e outros membros da Secção de Habitação da Minga e serviu para fazer o ponto de situação das propostas da cooperativa. Como os cerca de 10 participantes eram na maior parte pessoas directamente ligadas à problemática da habitação, aproveitou-se a conversa para pôr mãos à obra e começou-se a preparar um Encontro sobre a Habitação em Outubro.

Em primeiro lugar, foi feito uma breve apresentação do que já se pode concluir do Inquérito sobre Necessidades de Habitação que está a ser realizado pela Minga. Por enquanto, os dados que temos não permitem generalizações, mas sim conhecer casos. Em geral, podemos dizer que os casos que nos têm chegado são de três tipos:

1. 1. Pessoas com baixos rendimentos ou rendimentos instáveis que não têm capacidade económica para pagar uma renda mensal de uma casa. Falamos de pessoas que vivem em pensões, nem sempre com condições de habitabilidade condignas, e também de alguns casos de mães solteiras.
   2. Pessoas de idade (casais ou não) sem casa própria, que dependem de reformas (insuficientes) para pagar uma renda.
   3. Jovens, famílias e outras pessoas que desejam viver em Montemor-o-Novo, e que têm dificuldade em encontrar soluções acessíveis de habitação, quer pela falta de oferta de casas para arrendar, quer pelos preços pedidos.

Outra conclusão que já se pode tirar é que as casas (e quartos) onde os participantes do inquérito actualmente residem sofrem quase todos de problemas de humidade, ventilação e infiltração.

De seguida foi apresentada brevemente a proposta para uma Cooperativa de Habitação Económica e Ecológica e os esforços da Secção de Habitação para fazer chegar as suas propostas às autoridades competentes, nomeadamente a Câmara Municipal de Montemor-o-Novo e o Parlamento. Documentação relativamente a esta actividade pode ser consultada na página da Secção. Resumindo muito brevemente, a Minga pretende construir um conjunto de casas de propriedade colectiva e preços acessíveis como forma de baixar o valor especulativo da propriedade, que multiplica o valor das casas e ruínas e consequentemente aumenta as rendas. Havendo uma oferta a preço muito mais baixo, este valor especulativo iria descer e consequentemente tornar a habitação mais acessível. Por agora, o grande obstáculo com que a cooperativa se tem confrontado é a falta de acesso a terrenos. Foram discutidas várias entidades com quem se poderia contactar no sentido de resolver este problema.

No final da conversa foram discutidas as bases para um Encontro sobre a Habitação a ter lugar em Outubro. Este encontro será de trabalho, contará com a presença de pessoas e entidades que trabalham na área, e servirá para desenvolver propostas concretas a nível local e nacional. Brevemente esperamos poder publicar mais informações.

Tânia Teixeira é arquitecta, com interesse na sustentabilidade e na arquitectura vernacular. Actualmente trabalha com as Oficinas do Convento, organizando eventos e formações relacionados com o tema da construção a baixo impacto ambiental, especialmente em terra crua. Coordena o projecto internacional BI0N – Building Impact Zero Network.